Um dos mais respeitados publicitários do País, o empresário Jaques Lewkowicz, fundador da agência de publicidade LewLara\\TBWA, morreu nesta sexta-feira, 19, aos 80 anos, em São Paulo. Lewkowicz deixa a esposa Cristina, os filhos Rodrigo e Juliana e seus três netos, Samy, Antônia e Duda.
O sepultamento do empresário será realizado na manhã deste domingo, 21, às 11h. O início do velório está previsto para começar às 9h30, no Cemitério israelita do Butantã, localizado na Avenida Engenheiro Heitor Antônio Eiras Garcia, nº 5530, na capital paulista.
A morte do empresário gerou uma avalanche de publicações de membros do mercado nacional nas redes sociais, onde executivos e amigos do criativo lamentavam sua partida, prestavam homenagens e se despediam de Lewkowicz.
Estagiário sexagenário
O empresário começou a carreira na década de 1970, como diretor de arte, trabalhando em agências como Caio e Salles. Foi vice-presidente de criação da Ogilvy – do grupo WPP – ao longo de oito anos, fundador da SLLB e em 1992, junto de Luiz Lara, criou a LewLara, que anos mais tarde se associaria ao grupo norte-americano TBWA, criando a LewLara\\TBWA. Atualmente o negócio figura na lista das 20 maiores agências do mercado brasileiro, segundo o Fórum de Autorregulação do Mercado Publicitário (Cenp-Meios).
Aos 69 anos, em 2013, Lewkowicz deixou a cadeira na agência que fundou ao lado de Lara para se aventurar em uma nova fase da carreira. De fundador, ele passou a ser um estagiário sexagenário no gigante da tecnologia Google, onde também atuou dentro do mercado publicitário ajudando na relação da companhia com as agências nacionais.
Com mais de 30 anos de carreira dedicada à propaganda, Jacques Lewkowicz era um dos integrantes do “Hall da Fama” da Academia Brasileira de Marketing.
Ao Estadão, o presidente do Cenp-Meios e chairman da LewLara\\TBWA, Luiz Lara, lamentou a morte do companheiro de negócios. Lara destacou o perfil desbravador do amigo, que se aventurou em diversos negócios, foi executivo de alguns dos principais negócios criativos do País usando sua plataforma para revelar novos talentos, que anos mais tarde, seriam os próximos líderes do setor.
“Jaques sempre foi reconhecido pela sua incrível capacidade de revelar talentos”, afirmou. “Curioso, culto, sempre com muita sensibilidade e sabedoria judaica, soube criar um ambiente leve e divertido para liderar equipes e criar campanhas históricas que posicionaram marcas, alavancaram vendas e entraram na cultura popular”, lembrou Lara.
Para o presidente do Cenp-Meios, Jaques deixa um “patrimônio afetivo enorme” ao setor que fez a diferença na carreira de muitos publicitários, de todas as áreas e de diversas gerações. “Perdemos um gigante”, lamentou o amigo e parceiro de negócios na LewLara\\TBWA.
A atual CEO da LewLara\\TBWA e presidente da Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap), Marcia Esteves, classificou o empresário como “uma das pessoas e profissionais mais incríveis e queridas do mercado nacional” e também lembrou do papel do publicitário em fomentar a carreira de outros profissionais. “Todos que tiveram a oportunidade de conviver com ele, se tornaram maiores e melhores”, disse a CEO. “Sorte da propaganda brasileira e da LewLara\\TBWA por terem tido a oportunidade de ter o Jaques Lew como parte da história. Ele não está só no nome, ele está na alma da agência.”
Um dos nomes que Jaques Lewkowicz ajudou a fomentar a carreira no mercado, o atual vice-presidente de marketing da Zamp – detentora de marcas como Burger King e Starbucks -, Igor Puga, destacou a generosidade do empresário e as atitudes que ele classificou como “um cuidado paterno” com que o fundador da LewLara trabalhava junto aos seus pupilos. Puga foi um dos sócios de Lewkowicz na fundação da agência focada em dados e performance iD LewLara, que anos mais tarde foi renomeada para iD\\TBWA.
“O Jaques foi provavelmente a pessoa mais generosa e leve com quem eu lidei em toda minha vida profissional”, afirmou. “Ser bem sucedido e relevante nesse ecossistema sendo humano e generoso é apenas para muito poucos seres humanos. Ele era de um cuidado paterno com os outros”, acrescentou.
Por Wesley Gonsalves
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